Estela Perinetti, 38, ela é a enólogo da Bodegas Caro, uma joint venture na região de Mendoza, na Argentina, criada pela Bodega Catena Zapata e Chateau Lafite Rothschild em Bordeaux. Perinetti é uma das poucas oenológicas na Argentina, mas mostrou que pode fazer o trabalho tão bem ou melhor do que qualquer outra pessoa, já que seus vinhos estão constantemente localizados nos anos 80 e 90 na escala de 100 pontos do Wine Spectator. Isso pode ser porque sua família tem raízes de vinho que remontam à Itália, mas também é inspirada nas filosofias e ideias que ele adquiriu enquanto trabalhava com Lafite. Foi nomeada enólogo da Bodegas Caro em 2001, tendo produzido os vinhos de alta qualidade Don Miguel Gascón em Bodegas Escorihuela por três anos.
Wine Spectator: Qual foi a sua primeira safra na indústria do vinho, em qualquer posição? Estela Perinetti: Enóloga e enóloga em 1992. Nos primeiros seis anos, trabalhei como gestora de vinha, durante os quais fiz cursos de enologia em Itália e Espanha, mas só trabalhei como enóloga em 1998. Houve algumas dificuldades, os melhores empregos em as grandes empresas eram exclusivamente [ocupadas por] homens. Mas essa situação me ajudou a ter uma perspectiva diferente, se eu quisesse conseguir esses empregos, precisava ter mais conhecimento e experiência do que meus colegas. Para competir com os homens, tenho que ter um desempenho melhor [do que eles]. Por isso passei esses anos a trabalhar como consultor freelance para vários enólogos e a fazer cursos. Finalmente, em 98, decidi que era altura de tentar de novo, por isso enviei o meu currículo para a [pessoa] que mais respeito, Nicols Catena, e ele imediatamente me contratou.
- LATINA TV: O que te interessou em se tornar um enólogo?EP: Venho de uma família italiana no Piemonte.
- Nossa família começou a cultivar uvas e fazer vinho na Argentina no início do século passado.
- Uvas e vinho sempre foram parte integrante da história da minha família.
- Cresci em um ambiente onde aprendi a amar e respeitar o vinho.
Mais tarde, quando me tornei engenheiro agrônomo, passei algum tempo na Europa visitando e estudando várias regiões vinícolas. Aprendi muito sobre a relação do vinho com a cultura, a história, a terra e até mesmo a estética. Essas experiências solidificaram minha paixão pelo vinho. Na Argentina, eu trabalhava como gerente de vinhedos e comecei a ver a grande divisão que existia entre o enólogo e o gerente de vinhedos. Eu acho que para criar um grande vinho você tem que integrar os dois, e é por isso que eu me tornei um viticultor.
LATINA TV: Quais foram suas maiores influências como enólogo?EP: A equipe de produção da DBR (Chateau Lafite). Fui profundamente influenciado por sua filosofia de produção de vinho: que o vinho é uma expressão de cada variedade de uva, lugar e cultura, e respeita o conceito de terroir.
COM Susana Balbo e Andrea Marchiori, você é uma das poucas mulheres atualmente comandando uma vinícola na Argentina. O que é aquilo? EP: No começo foi difícil e levei um tempo para ser respeitado profissionalmente tanto quanto um homem, eu tinha que provar que eu poderia fazer bons vinhos e eu tinha que mostrar que eu poderia fazer todo o trabalho na vinícola como qualquer outro. Demorei um pouco, mas finalmente me tornei “um dos poucos” e foi particularmente gratificante.
TV LATINA: Qual é o seu prato favorito com malbec argentino?EP: Cordeiro assado.
TV LATINA: Qual é o seu vinho favorito (além do seu)?EP: Chateau Lafite de longe. Eu também gosto muito das boas safras de Sauternes, como Chateau Rieussec ’67.
LATINA TV: Se você pudesse ser outra pessoa no ramo do vinho por um dia, quem seria e por quê?EP: Eu não tenho certeza se eu gostaria de ser outra pessoa no negócio do vinho. Mas se eu tivesse que escolher, e já que sou um amante de Bordeaux, eu adoraria fazer parte da equipe de produção de Chateau Lafite. Porque? Eles fazem o vinho que eu mais amo.